Localizada onde os rios Calle-Calle, Cruces e Cau-Cau confluem para formar o rio Valdívia, a 865km capital nacional, a cidade de Valdívia é uma agradável parada durante qualquer roteiro pelo sul do Chile. Conhecida como a "cidade dos rios" e fundada há mais de 450 anos, a cidade tem hoje um aspecto moderno, de influência alemã, e abriga uma população de cerca de 150 mil habitantes. Atingida por diversos terremotos ao longo dos séculos, a cidade foi fortemente afetada pelo tremor mais poderoso já registrado na história: o "grande terremoto de Valdívia", no ano de 1960, que mediu 9,5 graus na escala Richter.
Um passeio pela cidade pode iniciar pela avenida Arturo Prat, que faz um arco em torno do centro valdiviano, à beira do rio Calle-Calle. Ali, em caminhando junto a famílias locais e outros turistas, pode-se visitar o mercado público municipal e o mercado fluvial, que oferece uma ampla variedade de peixes e frutos do mar. Ao final da avenida, ingressando na rua General Lagos, ainda ao longo do Calle-Calle, está o Torreón Los Canelos, um monumento histórico construído em 1678 como parte da rede de defesa que visava proteger o povoado de ataques indígenas.
Atravessando o rio Calle-Calle pela ponte Pedro de Valdívia chega-se à Ilha Teja. Ali encontra-se um dos campi da Universidade Austral do Chile, com um belo jardim botânico que ocupa uma área de cerca de 10 hectares. Ainda nesta ilha pode-se visitar as dependências da antiga Cervejaria Anwandter na assim denominada "costanera cultural", rua assim conhecida devido aos diversos museus ali instalados, de frente para o centro da cidade localizado do outro lado do rio.
A região de Valdívia conta com diversas pequenas cervejarias artesanais, geralmente com uma produção de qualidade bastante aceitável, diversas das quais contam com restaurantes e a possibilidade de realizar degustações. A mais famosa marca local, uma das mais respeitadas no país, pode ser provada em qualquer uma das suas mais de 10 variedades na Cervejaria Kunstmann, a 5km da cidade na saída para Niebla.
Seguindo mais 12km pela mesma rodovia, num total de 17km desde Valdívia, ou ainda navegando desde o centro da cidade pelo rio Valdívia chega-se ao Forte de Niebla. Este forte, oficialmente batizado de Castelo da Pura e Limpa Conceição de Monfort de Lemus, foi edificado entre os anos de 1667 e 1672 por ordem do Vice-rei do Peru em resposta a uma tentativa de ocupação da região pelos holandeses. Esta foi uma das 17 fortificações erguidas no perímetro da Bahia de Valdívia que trataram de dissuadir futuros invasores da ideia de ocupar ou saquear a região. De fato, o conjunto só foi finalmente derrotado em 1820 durante as guerras de independência do Chile. Atualmente o local conta com um museu de sítio que conta a história do local.
Atravessando o rio em um dos barcos que frequentemente fazem a travessia, chega-se à cidade de Corral. Ali encontra-se o Forte São Sebastião da Cruz, armado com 21 canhões e construído em 1645 como parte do mesmo complexo que o de Niebla. Entre Niebla e Corral, na Ilha Mancera, ficava o mais poderoso forte de todo o sistema de proteção da Coroa Espanhola: o Forte São Pedro de Alcântara, ou, simplesmente, Castelo Mancera, construído entre 1675 e 1680. Os três fortes aqui mencionados estão abertos a visitação e contam com guias especializados, eventualmente vestidos à caráter, e dispostos a interpretar algumas anedotas relacionadas a estes lugares.
Valdívia é servida por um aeroporto conectado à capital nacional. Por via rodoviária, os destinos de interesse mais próximos são Pucón, 155km ao norte, ou Puerto Varas, a 200km, e a ilha de Chiloé, a 270km, ambos em direção ao sul.