Deixando a capital, Quito, em direção ao sul do país, a Cordilheira dos Andes se eleva de maneira dramática formando o que o cientista alemão Alexander von Humbolt, ao explorar a região a princípios do século XIX chamou de "a Avenida dos Vulcões". Esse trecho da rodovia pan-americana que cobre os cerca de 200km entre Quito e Riobamba passa por algumas da paisagens de montanha mais belas de todo o Equador.
Imediatamente ao norte de Riobamba, o vulcão Chimborazo, atualmente inativo, é o ponto mais alto do Equador, com o topo localizado a uma altitude de 6.263m. Curiosamente, este também é o ponto da superfície terrestre mais afastado do centro do planeta, cerca de 2,1km mais afastado que o monte Everest. Embora seja um pouco menor, o Cotopaxi (5.897m) costuma chamar mais a atenção graças ao seu cone vulcânico quase perfeito coberto de gelo. Apesar de encontrar-se ativo, tendo sofrido mais de 50 erupções nos últimos 300 anos, o Cotopaxi é um destino popular para os moradores e visitantes de Quito, devido à sua proximidade (cerca de 50km) da capital nacional.
Cerca de 150km ao sul de Quito, na altura da cidade de Ambato, a rodovia pan-americana permite uma saída em direção à floresta amazônica. É nessa estrada, a 40km de Ambato, que se encontra Baños de Água Santa. Baños, como é conhecida, é um dos destinos turísticos mais populares do Equador. Localizada a 1.820m de altitude, a cidade apresenta um clima agradável, consideravelmente mais ameno que o de Quito, mas não tão quente quanto a selva amazônica. A cidade está localizada, ainda, na base do vulcão Tungurahua, o qual tem apresentado intensa atividade ao longo desta década.
Baños não é exatamente uma cidade atrativa em si mesmo. Essa localidade de pouco menos de 15 mil habitantes funciona principalmente como um centro de serviços - hotéis, restaurantes e agências de turismo - para os visitantes, que vêm em busca das atividades ao ar livre existentes nas redondezas. O leque de programas oferecidos nos arredores de Baños inclui desde o relaxamento brindado pelas águas termais (as quais conferem o nome Baños ao lugar) que, graças ao alto teor de enxofre e demais minerais podem aliviar dores musculares e problemas renais, até atividades para os que buscam uma dose extra de adrenalina, como rafting e canyoning. Seja alugando uma bicicleta pelo dia ou cavalgando pelas trilhas da região, deslizando pelas copas das árvores em uma tirolesa ou atirando-se em bungee jumping de uma ponte, tirando o stress em um dos vários estúdios de massagem da cidade ou percorrendo-a em uma chiva animada, são muitas as opções para entreter-se por diversos dias na região. Além disso, Baños é um ótimo lugar para contratar uma excursão pela Amazônia equatoriana.
Voltando à pan-americana e seguindo por 90km ao sul de Riobamba, chega-se a Alausí. Esta cidade teria de tudo para passar desapercebida no planejamento de qualquer viagem ao Equador, exceto por um pequeno detalhe: o trecho da ferrovia transandina entre Alausí e Sibambe é particularmente impressionante e merece ser percorrido. No total, baixa-se dos 2.340m aos 1.400m de altitude, sendo que um desnível de mais de 500m de altitude é vencido em menos de 12km. A estação de Sibambe recebe cada trem com apresentações folclóricas, enquanto também é possível admirar a formação rochosa conhecida como Nariz do Diabo. Esse trecho da ferrovia pode ser visitado independentemente, em um trem especial que faz o trajeto de ida e volta entre Alausí e Sibambe, ou como parte do roteiro completo da transandina entre Quito e Guayaquil, em uma viagem turística com 4 dias de duração.
Seguindo pela pan-americana por mais 160km desde Alausí chega-se a terceira maior cidade equatoriana: Cuenca. Guayaquil encontra-se a 200km de distância.
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