Esta pode até ser a terceira maior cidade do Equador, mas nem parece. Comparada com as grandes metrópoles equatorianas, Quito e Guayaquil, Cuenca parece muito mais relaxada. Apesar de ter crescido ao ponto de abrigar mais de meio milhão de habitantes em seus arredores, Cuenca ainda preserva um certo ar provinciano, com belas mansões coloniais situadas em ruas de paralelepípedo. Assim como Quito, o centro histórico de Cuenca foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO com o objetivo de fomentar a preservação da sua arquitetura colonial.
Cuenca está situada em um vale em meio à Cordilheira dos Andes, a uma altitude de cerca de 2.550m, o que outorga à cidade um clima agradável durante todo o ano. Aqui se cultivam orquídeas exportadas para todo o mundo. Cerâmica e artigos têxteis também têm papel destacado na economia local. A região, contudo, é mais conhecida pela produção de seus magníficos chapéus Panamá, que apesar do nome são de origem equatoriana.
Antes da chegada dos colonizadores espanhóis, Cuenca (então conhecida como Tomebamba) era a segunda maior cidade do Império Inca (atrás apenas da sua capital, Cusco). E mesmo antes dos Incas, a região já vinha sendo ocupada há séculos pela cultura Cañarí. Esse rico passado é relembrado hoje em dia através de diversos museus, entre os quais se destaca o Museu Pumapungo, vinculado ao Ministério da Cultura, que oferece mostras etnográficas e arqueológicas permanentes, além de exposições temporárias e um museu de sítio onde pode-se aprender algo sobre a história de Pumapungo, um conjunto de ruínas incas.
Deixando o Museu Pumapungo e seguindo pela Calle Larga, praticamente paralela ao rio Tomebamba, chega-se ao centro histórico municipal. Alternativamente, e exercendo algum cuidado adicional devido a eventual presença de elementos anti-sociais, pode-se seguir pelos calçadões existentes em ambas as margens do rio, conectados por diversas pontes, em uma bela região conhecida como Barranco. Caminhar despreocupadamente pela zona, em direção aos arredores da praça central da cidade, conhecida como Parque Calderón, permite encontrar algumas preciosidades arquitetônicas. A Catedral da Imaculada Conceição, conhecida como a nova catedral, é a principal igreja de Cuenca, sendo caracterizada por três domos de cor azul celeste.
Cerca de 75km ao norte de Cuenca encontra-se Ingapirca, o mais significativo complexo arqueológico inca do Equador. Ocupada havia muito tempo pelos cañarí, a região foi incorporada pelos incas, de modo que ambas as civilizações quais passaram a conviver no local. O Templo do Sol é o edifício mais relevante ainda existente no sítio, que pode ser visitado em tours organizados ou mesmo com um ônibus partindo do terminal terrestre de Cuenca.
Cuenca conta com um pequeno aeroporto doméstico servindo voos diários para Guayaquil e Quito. Alternativamente pode-se tomar um ônibus a partir de Guayaquil (200km - 4h), Riobamba (250km - 6h) ou Quito (450km - 8h). Tumbes, no extremo norte do litoral peruano, está a 250km de distância.