A Cidade Autônoma de Buenos Aires é a capital e maior cidade da Argentina. Contando com aproximadamente 3 milhões de habitantes, é também o núcleo da terceira maior região metropolitana da América Latina que, com quase 14 milhões de habitantes, fica atrás somente da Cidade do México e de São Paulo.
A capital argentina é servida pelos dois maiores aeroportos do país. Próximo ao centro da cidade, o Aeroparque Jorge Newbery opera a maioria dos voos domésticos, assim como alguns voos para países vizinhos, como o Uruguai, Brasil, Chile e Paraguai. O Aeroporto de Ezeiza por sua vez, utilizado para as conexões internacionais de longa distância, dista cerca de 30km do centro. Buenos Aires também pode ser visitada de barco, a partir do Uruguai, atravessando o Rio da Prata em uma viagem de cerca de 1h15 desde Colônia do Sacramento ou de cerca de 2h15 desde Montevidéu. Por via rodoviária, encontra-se a 300km de Rosário, 700km de Córdoba, 1.050km de Mendoza e 1.270km de Puerto Iguazú. Ônibus regulares conectam-na ainda com Assunção, a 1.250km, Porto Alegre, a 1.300km, e Santiago, a 1.400km.
O local onde a cidade se encontra atualmente foi primeiramente visitado pelos europeus durante uma incursão portuguesa no ano de 1516. Foi o espanhol Pedro de Mendoza, contudo, quem tratou, sem sucesso, de estabelecer um primeiro assentamento no local. A colonização de fato só teve êxito a partir de 1580, quando Juan de Garay, proveniente de Assunção, refundou o povoado. O crescimento foi lento até que a coroa espanhola decidiu fundar o Vice-Reino do Rio da Prata, em 1776, transformando Buenos Aires em sua capital. Seguindo o movimento independentista, Buenos Aires se transformou na capital federal, e graças em parte à maciça imigração europeia, já era a maior cidade da América Latina na virada para o século XX, com cerca de 800.000 habitantes. Atualmente Buenos Aires é uma cidade bastante espalhada e com uma grande diversidade de atrativos, além de uma variada oferta cultural, gastronômica e de entretenimento, recebendo uma grande quantidade de turistas do mundo inteiro.
O centro da cidade, atravessado pela inconfundível Avenida 9 de Julio (com suas 22 faixas de trânsito) se espalha ao redor do Obelisco, um símbolo municipal com 67 metros de altura, entre uma infinidade de edifícios públicos, teatros, cafés, livrarias e prédios comerciais. É o local ideal para iniciar a exploração da capital. Situado duas quadras ao norte do Obelisco, o Teatro Colón é o principal do país. Seguindo a sudeste por cinco quadras desde o Obelisco chega-se à Plaza de Mayo, onde estão o Cabildo, sede o governo durante o período colonial, a Catedral, construída em estilo neoclássico, e o edifício mais famoso do país, a Casa Rosada, sede do poder executivo federal. Todos esses locais estão abertos à visitação, sendo que a Casa Rosada recebe turistas apenas nos finais de semana. Próximas dali, a Avenida de Mayo constitui um bonito passeio, enquanto a Rua Florida, de acesso exclusivo para pedestres, é um ícone comercial da cidade. A algumas quadras a leste do centro pode-se atravessar uma das pontes que dá acesso a Puerto Madero, o bairro mais novo de Buenos Aires. Essa área vem experimentando um boom desde a virada do século e abriga hoje vários restaurantes e clubes populares entre a elite, além de importantes desenvolvimentos imobiliários com vista para o Rio da Prata.
A zona norte de Buenos Aires compreende alguns dos distritos mais afluentes da cidade, como Belgrano, Palermo, Recoleta e Retiro. A Plaza San Martín, em Retiro, embora relativamente pequena, é um dos espaços abertos mais atraentes de toda a cidade, encontrando-se cercada por diversos edifícios elegantes como o Palácio San Martín e o Palácio Retiro, além da Basilica del Santísimo Sacramento. O vizinho bairro de Recoleta, conhecido sobretudo pelo seu belíssimo cemitério, onde descansam algumas das personalidades históricas mais relevantes do país, como Evita, é caracterizado pelos seus muitos edifícios de inspiração francesa, amplos espaços verdes e ótimos cafés e restaurantes. A Recoleta abriga, ainda, o Museu Nacional de Belas Artes e a Biblioteca Nacional. Palermo é um grande bairro principalmente residencial, caracterizado por belas ruas e avenidas arborizadas. As dimensões do bairro fazem com que ele seja subdividido para fins práticos em vizinhanças como Alto Palermo, Palermo Viejo, Palermo SoHo e Palermo Hollywood, entre outros. Entre as principais atrações dessa região encontram-se o Museu de Arte Latino-Americano de Buenos Aires (MALBA), possivelmente o melhor museu de arte da cidade, o Jardim Botânico e o Zoológico.
A região ao sul da Plaza de Mayo é considerada a zona sul da capital argentina. Essa é uma área mais antiga e, segundo alguns, mais original da cidade. O bairro de Montserrat, mais próximo ao centro, possui diversos edifícios históricos e alguns pequenos museus, como o Museu da Cidade. Imediatamente ao sul de Montserrat, San Telmo é um dos bairros mais característicos de Buenos Aires. Tendo a rua Defensa como artéria principal, San Telmo é muito popular pelos seus mercados de pulgas, organizados todos os domingos, e pelas suas estreitas ruas de paralelepípedos, onde se pode sentir algo da história de Buenos Aires. Finalmente, o bairro de La Boca é, para muitos, o grande atrativo da cidade. Aqui se encontram La Bombonera, o estádio do Boca Juniors, construído em 1940, e o Caminito, uma espécie de museu a céu aberto ocupado por diversas pequenas lojas de souvenirs e artistas de rua que tratam de chamar a atenção dos transeuntes.
Buenos Aires é uma dessas cidades que tem o poder de cativar o visitante e ainda depois de semanas seguir surpreendendo. Para a maioria dos mortais com disponibilidade de férias limitada, no entanto, três dias bem aproveitados deveriam ser suficientes para se ter uma boa ideia do que é a capital argentina. Depois desse período de "aclimatação", uma boa pedida é continuar descobrindo o país, seguindo rumo à Patagônia, à região vinícola do Cuyo, às Cataratas do Iguaçu, ou à segunda maior cidade da nação.